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Projecto Vitó trabalha proposta técnico-científica para criação da área protegida da Brava

São Filipe, 29 out (Inforpress) – A Associação de Conservação e Uso Sustentável dos Recursos, Projecto Vitó, está a trabalhar na elaboração da proposta técnica e científica para a criação de uma área protegida na ilha Brava.

O diretor executivo do Projecto Vitó, Herculano Dinis, disse que uma equipa está a trabalhar no processo da preparação da candidatura da área protegida da Brava, mas também na angariação de fundos, mobilização da sociedade civil para poder encaminhar uma proposta à Direção Nacional do Ambiente (DNA) para criação de uma área protegida na Brava. “Estamos no processo inicial, é necessário mobilizar fundos, fazer uma proposta técnica e científica, recolher assinaturas na ilha, ter a colaboração do poder local para submeter a proposta à DNA que depois a encaminhará para o Conselho de Ministros para declaração de uma área protegida na Brava”, disse Herculano Dinis que acredita nesta possibilidade a médio prazo.

Esta questão foi socializada num encontro que os responsáveis do Projecto Vitó tiveram, recentemente, com o Primeiro-ministro, que contou com os parceiros no processo, como o MAA e DNA e os serviços do Estado na ilha, além de organizações da sociedade civil.

O responsável desta ONG que reagiu a declaração das ilhas do Fogo e do Maio como Reservas da Biosfera, disse que é de grande importância para Cabo Verde ter as duas ilhas como Reservas da Biosfera, mas as outras ilhas têm qualidade para serem reservas. Este entende, por exemplo, que as ilhas de Santo Antão e da Brava podem ser possíveis geoparques, observando que Santo Antão já dispõe de uma área protegida, mas a Brava ainda não e é preciso criar uma área protegida e depois mobilizar a sociedade civil e o Governo a concorrer para outro selo diferente que existe apenas em dois países da África que são os geoparques. “Já temos a Cidade Velha como património da humanidade, a morna como património imaterial da humanidade e as ilhas do Fogo e Maio como Reservas da Biosfera e podemos almejar ter geoparques”, destacou Herculano Dinis.

Com relação aos Ilhéus do Rombo, este apontou que é mais complicado e que não pode ser declarado Reserva da Biosfera pelo facto de não terem presença humana, apontando que o grande desafio para este espaço é consolidar e mobilizar a sociedade civil e o Governo para a sua efectiva implementação como uma área protegida (reserva integral). Segundo o mesmo, neste momento tem apenas indicação e é necessário fazer a sua delimitação, ter plano de gestão e uma equipa de gestão, observando que o Projecto Vitó apenas tem autorização para trabalhar nesta área, mas não é a entidade gestora desta área.

Para os próximos meses a Associação Projecto Vitó vai dedicar maior atenção à conservação das aves marinhas já que está a iniciar a época de reprodução do Gongon. Neste sentido estão programados um conjunto de atividades e para o mês de novembro estão previstos dois grandes eventos, nomeadamente, a castração de gatos na ilha do Fogo e a realização de um workshop nesta ilha contando com os técnicos implicados na conservação das aves marinhas.

Segundo Herculano Dinis, neste momento, o projeto ”Conservação de Aves Marinhas de Cabo Verde” conta com oito instituições parceiras, sendo cinco nacionais e três internacionais e técnicos de todos os parceiros vão participar do workshop para tratar de questões de conservação das aves marinhas em Cabo Verde.

A Associação Projecto Vitó trabalha a nível nacional mas com maior enfoque nas ilhas do Fogo e da Brava e nos ilhéus do Rombo.

JR/HF

Inforpress/Fim