Plantas Endémicas de Cabo Verde

Plantas Endémicas de Cabo Verde

A flora endémica em Cabo Verde contabiliza 91 espécies, distribuídas pelas ilhas. A maioria das espécies (73%, segundo a IUCN) encontram-se ameaçadas de extinção. As ilhas do Fogo e Brava possuem 377 taxa (sendo 00 taxa endémica) e 308 taxa (sendo 24 taxa endémica) respetivamente, sendo que a ilha do Fogo possui 51 espécies endémicas de entre essas, 5 Sp. são consideradas exclusivas, nomeadamente, Echium vulcanorum, Diplotaxis hirta, Verbascum cystolithicum, Daucus humils e Erysimum caboverdeanum. Enquanto que a ilha Brava possui 24 espécies endémicas e apenas uma é considerada exclusiva da ilha, a Launaea thalassica.

Devido à conjugação de vários fatores, o arquipélago ostenta uma diversidade biológica considerável e de importância global, apresentando também um ecossistema de fraco equilíbrio, onde existem vários fatores de ameaças como a seca, as espécies exóticas e invasoras, fatores antrópicos. Daí a necessidade de se enveredar ações pela conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

 

Espécies:

Nome vulgar: Piorno

Nome científico: Lotus jacobaeus L.

Ordem: Fabales

Família: Fabaceae

Caraterísticas fisiológicas: espécie herbácea perene, lenhosa na base atingindo os 50 cm de altura. Flores de coloração purpúrea escura no topo de longos pedúnculos eretos.

Distribuição geográfica: é uma espécie mesofítica mais comum nas zonas semiáridas e subhúmidas de Santiago e do Fogo. Dentro do Parque Natural do Fogo, esta espécie é observada em maior abundância nas zonas superiores da Bordeira. Sua distribuição altitudinal principal é entre 600 m e 2.400 m.

O género Lotus mostra uma ampla diversidade morfológica em Cabo Verde e uma considerável incerteza taxonómica. Por estas razões, as 6 espécies endémicas de Lotus não foram avaliadas na Lista Vermelha de plantas endémicas de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: utilizada como pasto.

Nome vulgar: Macela

Nome científico: Asteriscus daltonii (Webb) Walp. subsp. vogelii

Ordem: Asterales

Família: Asteraceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto fortemente ramificado, cresce em forma de tufo ou irregular até 1,5 m de altura. Folhas sedosas com ápice geralmente arredondado e margem lisa. Flores amarelas.

Distribuição geográfica: ocorre em Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Maio, Santiago, Fogo e Brava. Em Maio, Santiago e Brava os registos de colheita são antigos e muito esporádicos. Em São Vicente ocorre nas zonas mais elevadas do Monte Verde. É possível encontrar muitos exemplares no Parque Natural de Moroços em Santo Antão. É mais frequente em zonas semiáridas e subhúmidas de altitude, mas na ilha do Fogo é também frequente nas zonas costeiras da Ribeira da Fajã.

Estado de conservação: avaliada como Quase Ameaçado na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).  No entanto, é importante criar mais medidas para a sua proteção nas ilhas do Maio e Brava. A desflorestação e a perda de habitat na ilha Brava devem ser travados para evitar o seu desaparecimento.

Uso: ameaçada pela recolha de lenha e pela invasão de Lantana camara.

Nome vulgar: Contra-bruxa-branca

Nome científico: Campanula bravensis (Bolle) A.Chev.

Ordem: Campanulales

Família: Campanulaceae

Caraterísticas fisiológicas: planta vivaz, muito ramificada e lenhosa na base, com ramos até 80 cm de comprimento. Corola campanulada tubulosa, esverdeada a branca, raramente purpúrea ou lilacínea.

Distribuição geográfica: esta espécie ocorre nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava. Encontra-se em fendas e encostas rochosas, em zonas húmidas e subhúmidas montanhosas. Também pode ser encontrada em locais com água corrente e em muros. A maior população encontra-se na área protegida do Parque Natural do Fogo, sendo frequente em zonas a partir de 1800 m de altitude, nomeadamente nas nascentes da Bordeira exterior e nas ribeiras da Bordeira interior. Esta espécie encontra-se em fendas e encostas rochosas, em zonas húmidas e subhúmidas e em locais com água corrente e em muros.

Estado de conservação: recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). A maior população encontra-se na área protegida do Parque Natural do Fogo, sendo frequente em zonas a partir de 1800 m de altitude, nomeadamente nas nascentes da Bordeira exterior e nas ribeiras da Bordeira interior.

Uso: ornamental.

Nome vulgar: Alecrim-brabo

Nome científico: Campylanthus glaber Benth. subsp. glaber

Ordem: Scrophulariales

Família: Scrophulariaceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto perene, rasteiro, até 1 m de altura. Folhas muito estreitas, lineares a oblongas com 0,5 – 0,2 cm de largura, moderadamente suculentas. Flores pequenas com 6 – 9 mm de comprimento, geralmente menores do que na subespécie spathulatus.

Distribuição geográfica: Campylanthus glaber subsp. glaber encontra- se incluído nas áreas protegidas Parque Natural de Moroços, Parque Natural Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão), Parque Natural de Monte Verde (São Vicente) e Parque Natural do Fogo (Fogo).

Estado de conservação: recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). A espécie deve ser monitorizada com frequência, uma vez que se encontra em declínio.

Uso: era colhida devido as suas propriedades medicinais, o que poderá ter provocado o declínio de algumas populações, mas a perda e alteração do habitat são atualmente as principais ameaças.

Nome vulgar: Losna-brabo

Nome científico: Conyza feae (Beg.) Wild

Ordem: Asterales

Família: Asteraceae

Caraterísticas fisiológicas: ssubarbusto ereto e ramificado, até 60 cm de altura. Capítulos pequenos, com flores numerosas em geral amarelas.

Distribuição geográfica: ocorre nas ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava. Conyza feae é mais comum nas zonas semiáridas, mas também ocorre em zonas húmidas. As plantas crescem geralmente em encostas secas, rochosas ou pedregosas. A sua distribuição altitudinal é principalmente entre os 600 m e 1600 m, mas na ilha do Fogo é muito frequente na Bordeira exterior, acima dos 1800 m.

Estado de conservação: foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Espécie colhida para a medicina tradicional. Atualmente é considerada extinta em São Vicente, o que mostra a diminuição das subpopulações. Algumas subpopulações ocorrem nas áreas protegidas, nomeadamente, no Parque Natural de Moroços, Parque Natural de Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão) e Parque Natural do Fogo (Fogo). A perda de habitat pode representar uma ameaça para esta espécie.

Uso: muito usado como pasto.

Nome vulgar: Marcelinha

Nome científico: Conyza varia Webb Wild

Ordem: Asterales

Família: Asteraceae

Caraterísticas fisiológicas: subarbusto ereto e ramificado, até 80 cm de altura. Capítulos pequenos, com flores numerosas em geral amarelas.

Distribuição geográfica: Conyza varia é frequente nas zonas subhumidas e húmidas das ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Fogo e Brava. A espécie cresce em vales e encostas montanhosas. 

Estado de conservação: foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Atualmente é considerada extinta em São Vicente, o que indica a diminuição do número de subpopulações. A perda de habitat pode representar uma ameaça importante para estas plantas.

Uso: utilizada como pasto para animais.

Nome vulgar: Gestiba

Nome científico: Cynanchum daltonii

Ordem: Gentianales

Família: Asclepiadaceae

Caraterísticas fisiológicas: caules longos, suculentos, glabros e sem folhas, até 8 mm de diâmetro. Inflorescências um beliformes multiflorais com pedicelos longos até 12 mm. Corola branca, creme ou amarelada-esverdeada.

Distribuição geográfica: ocorre em Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Boa Vista, Santiago, Fogo e Brava.

Estado de conservação: Esta espécie foi recentemente avaliada como Pouco Preocupante na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Colhida como planta medicinal, para o tratamento de dentes cariados. Algumas subpopulações estão localizadas em áreas protegidas. Uma vez que esta espécie é abundante, especialmente nas zonas costeiras, não se prevê que seja necessário aplicar medidas urgentes de conservação.

Uso: uso medicinal, para o tratamento de dentes cariados.

Nome Vulgar: Ortiga

Nome científico: Forsskaolea procridifolia

Ordem: Rosales

Família: Urticaceae

Caraterísticas fisiológicas: pequeno arbusto prostrado ou ereto, muito ramificado, formando por vezes pequenos tufos até 1,2 m de altura. Ramos lenhosos, ásperos e híspidos. Flores muito pequenas.

Distribuição geográfica: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal, Maio, Santiago, Fogo e Brava. Esta espécie está adaptada a uma vasta gama de habitats, desde as zonas húmidas a zonas extremamente áridas. Cresce frequentemente em escarpas, solos pedregosos, fendas das rochas e escórias vulcânicas. É uma espécie pioneira em escórias vulcânicas recentes. A principal distribuição altitudinal é entre o nível do mar e 1.700 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Quase Ameaçado na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: utilizada na alimentação de animais e na medicina tradicional (a sua infusão alivia a asma).

Nome vulgar: Mato-botão

Nome científico: Globularia amygdalifolia

Ordem: Scrophulariales

Família: Globulariaceae

Características fisiológicas: arbusto perene, ereto e lenhoso até 1,5 m de altura, caule com muitos ramos. Folhas alternadas em forma de lança, de cor verde quando jovens, tornando-se acinzentadas com o tempo. Inflorescência em capítulo denso, com flores azuladas ou arroxeadas.

Distribuição geográfica: Globularia amygdalifolia está restrita a zonas húmidas e subhúmidas das ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava. As plantas crescem em áreas planas e escarpas. A sua principal distribuição altitudinal é entre os 400 m e 2.200 m.

Estado de conservação: espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Está ameaçada por perda de habitat, muito embora algumas subpopulações ocorrem em zonas de áreas protegidas das ilhas onde são encontradas.

Uso:  usado na medicina tradicional e no tratamento de dores de barriga em caprinos.

Nome vulgar: Piorno-de-flor-amarela

Nome científico: Helianthemum gorgoneum Webb

Ordem: Violales

Família: Cistaceae

Características fisiológicas: pequeno arbusto de até 50 cm de altura. Folhas inteiras, elípticas, revestidas por pelos fracos e densos, verdes-acinzentadas, até 2,5 cm de comprimento e 1,3 cm de largura. Flores com pétalas amarelas lilacineas na base.

Distribuição geográfica: Helianthemum gorgoneum é frequente em zonas subhúmidas e semiáridas de Santo Antão, Fogo e Brava. Em Santa Luzia, os últimos espécimes registados datam de 1990. As plantas crescem em áreas rochosas e solos vulcânicos. A sua principal distribuição altitudinal é entre o nível do mar e 1.800 m, mas na ilha do Fogo é frequente acima dos 2.000 m. Encontra-se nas áreas protegidas Parque Natural de Moroços e Parque Natural do Fogo.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso:  utilizada como medicinal para combater parasitas nos animais.

Nome vulgar: Agrião-de-rocha

Nome científico: Kickxia elegans subsp. elegans

Ordem: Scrophulariales

Família: Scrophulariaceae

Características fisiológicas: subarbusto com caules finos e pouco rígidos, glabros ou pubescentes. Flores amarelas muito pequenas.

Distribuição geográfica: é mais frequente nas zonas semiáridas, ocorrendo em penhascos inclinados e fendas de rochas. Ocorre em todas as ilhas de Cabo Verde. No entanto, em Santa Luzia não existem registos recentes da sua ocorrência e em Maio os últimos espécimes registados datam de 1964.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). A perda de habitat, as secas e as perturbações devido ao turismo nas zonas costeiras são as principais ameaças.

Nome vulgar: Erva-cidreira

Nome científico: Micromeria forbesii Benth.

Ordem: Lamiales

Família: Lamiaceae

Características fisiológicas: planta vivaz quase prostrada com caule difuso e muito ramificado, até 40 cm de altura. Folhas com pecíolos curtos, alongada ou elípticas, até 0,6 cm de comprimento e 0,4 cm de largura. Flores até 1 cm de comprimento, violetas ou roxas. Geralmente é uma planta muito aromática.

Distribuição geográfica: Micromeria forbesii ocorre em Santo Antão, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava. As plantas crescem escarpas e nas encostas húmidas. A sua principal distribuição altitudinal é entre os 800 m e 1600 m, mas na ilha do Fogo é frequente acima dos 1.800 m. No entanto, não existem registos recentes das populações de São Nicolau, Santiago e Brava, que podem estar muito reduzidas atualmente.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: colhida como planta medicinal, utilizada em infusão para gases.

Nome vulgar: Palha-bidião

Nome científico: Polycarpaea gayi Webb

Ordem: Polycarpaea

Família: Caryophyllaceae

Características fisiológicas: planta perene, muito ramificada desde a base, com caules lenhificados, até 50 cm de altura. Inflorescências terminais com várias flores brancas ou amarelas

Distribuição geográfica: espécie endémica em Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal, Santiago e Fogo. É frequente em escarpas rochosas, nas zonas arenosas junto ao mar e nas bermas das estradas. A principal distribuição altitudinal é entre o nível do mar e 1.600 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Quase Ameaçado na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Algumas populações estão incluídas nas áreas protegidas Parque Natural de Moroços, Parque Natural de Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão) e no Parque Natural do Fogo (Fogo).

Uso: esta espécie é utilizada pelos pescadores como isca para pescar uma espécie de peixe vulgarmente chamada de Bidião.

Nome vulgar: Coroa-de-rei

Nome científico: Sonchus daltonii

Ordem: Asterales

Família: Asteraceae

Características fisiológicas: pequeno arbusto de até 90 cm de altura. Caule lenhoso, 1 a 6 rosetas foliares na base com folhas elípticas a espatuladas, até 50 cm de comprimento e 12 cm de comprimento. Capítulos com mais de 2 cm de diâmetro e mais de uma centena de flores minúsculas, de cor amarela e linguiformes.

Distribuição geográfica: a espécie não foi registada em Santiago e São Vicente durante os últimos anos. A principal distribuição altitudinal é entre 800 m e 1.800 m, mas na ilha do Fogo é frequente acima dos 2.000 m na Bordeira interior.

Estado de conservação: Sonchus daltonii ocorre em encostas e escarpas rochas de zonas húmidas e subhúmidas de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Santiago e Fogo. Esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Embora esta espécie seja ameaçada pelo pastoreio nómada, muitas populações estão localizadas nas áreas protegidas do Parque Natural de Moroços, Parque Natural de Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão) e no Parque Natural do Fogo (Fogo).

Uso: utilizada como pasto.

Nome vulgar: Cravo-brabo

Nome científico: Erysimum caboverdeanum (A.Chev.) Sunding

Ordem: Capparales

Família: Brassicaceae

Caraterísticas fisiológicas: pequeno arbusto até 1 m de altura. Caule ereto e anguloso. Inflorescências densas e terminais. flores lilases, frutos muito estreitos e eretos até 6 cm de comprimento.

Distribuição geográfica: Erysimum caboverdeanum é endémico da ilha do Fogo, ocorrendo nas áreas rochosas e solos cobertos de Lapilli na caldeira central do Fogo e na Bordeira. A principal distribuição altitudinal é entre 1.600 m e 2.200 m, no Parque Natural do Fogo.

Estado de conservação: Esta espécie foi recentemente avaliada como Criticamente em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Embora a recente erupção vulcânica de 2014 não tenha tido um impacto direto na extinção de populações de Erysimum caboverdeanum, as cinzas lançadas durante esta erupção vulcânica têm de ser avaliadas como uma grave ameaça para a vegetação nativa e em particular aos endemismos restritos à ilha do Fogo.

Uso: muito utilizada como pasto.

Nome vulgar: Lantísco

Nome científico: Periploca chevalieri Browicz

Ordem: Gentianales

Família: Asclepiadaceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto lenhoso até 1,5 m de altura, com ramos curtos e rígidos. Folhas opostas, com pecíolos curtos, forma elíptica a alongadas com margem inteira, até 6,5 cm de comprimento e 1 cm de largura. Inflorescência com poucas flores, cor avermelhada e amarela-esverdeada.

Distribuição geográfica: Periploca chevalieri ocorre nas zonas semiáridas e subhúmidas de Santo Antão, Santa Luzia, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava. As plantas crescem encostas e nos leitos pedregosos dos rios. A sua principal distribuição altitudinal é entre os 400 m e 1.800 m. Algumas subpopulações estão localizadas nas áreas protegidas Parque Natural de Moroços, Parque Natural Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão) e no Parque Natural do Fogo (Fogo).

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: espécie utilizada como forrageira, para o curtimento de peles de cabra e como lenha.

Nome vulgar: Aipo

Nome científico: Lavandula rotundifolia Benth

Ordem: Lamiales

Família: Lamiaceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto ereto, moderadamente ramificado, até 1 m de altura. Inflorescências em espigas cilíndricas e compactas com flores azuis ou roxas até 13 mm de comprimento.

Distribuição geográfica: Lavandula rotundifolia ocorre nas zonas semiáridas e subhúmidas de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Santiago e Fogo. Espécie pioneira nas escarpas, fendas rochosas e solos vulcânicos. A principal distribuição altitudinal é entre 400 m e 1.800 m, mas na ilha do Fogo é frequente acima dos 1800 m. Algumas populações estão incluídas nas áreas protegidas do Parque Natural de Moroços, Parque Natural de Cova, Paúl e Ribeira da Torre (Santo Antão), Parque Natural de Monte Verde (São Vicente) e Parque Natural do Fogo (Fogo).

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Quase Ameaçada na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Algumas subpopulações estão a ser afetadas pela espécie invasora Lantana camara.

Uso: para pasto de animais, perfumes aromáticos, medicinal contra dores de barriga.

Nome vulgar: Tortolho

Nome científico: Euphorbia tuckeyana

Ordem: Euphorbiales

Família: Euphorbiaceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto ou pequena árvore até 3 m de altura com latex e ramos lenhosos, desprovidos de folhas inferiormente e densamente folhosos na parte superior. Flores amarelas formando um ciátio.

Distribuição geográfica: Euphorbia tuckeyana ocorre em Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal, Boa Vista, Santiago, Fogo e Brava. Ocorre em zonas semiáridas, subhúmidas e húmidas. É uma das espécies arbustivas características da vegetação endémica cabo-verdiana. Encontra-se muitas vezes em escarpas e locais rochosos. A principal distribuição altitudinal é entre 300 m e 2000 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Quase Ameaçado na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: utilizado como lenha.

Nome vulgar: Dragoeiro

Nome científico: Dracaena draco ssp. caboverdeana

Ordem: Asparagales

Família:  Dracaenaceae

Caraterísticas fisiológicas: planta de hábito arbóreo podendo atingir 15 m de altura. Copa densa, umbeliforme e larga. Tronco robusto e proporcionalmente baixo em altura, com ramificações externas. Folhas pontiagudas, 50 cm a 100 cm de comprimento, glaucas a verdes azuladas. Estrutura florar cónica a globular até 100 cm de comprimento, flores geralmente brancas esverdeadas. Frutos carnudos esféricos.

Distribuição geográfica: Dracaena draco ssp. caboverdeana ocorre naturalmente em Santo Antão, São Nicolau e Fogo. Cresce como árvore cultivada em todas as ilhas. É uma planta mesófila com preferência por zonas húmidas e subhúmidas. Cresce espontaneamente em escarpas viradas para o mar, influenciadas pela humidade atmosférica. A sua principal distribuição altitudinal varia entre os 500 m e 900 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Criticamente em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). No passado, Dracaena draco subsp. caboverdeana foi sobreexplorada e o efetivo populacional tem diminuído nos últimos anos. Na maioria das ilhas já não existem exemplares naturais.

Uso: uso medicinal

Nome vulgar: Funcho

Nome científico: Daucus humilis

Ordem: Araliales

Família: Apiaceae

Caraterísticas fisiológicas: planta anual ou perene, ereta, glabra earomática, até 60 cm de altura. Caule pouco ramificado. Inflorescências em umbelas terminais ou laterais com flores pequenas de pétalas brancas.

Distribuição geográfica: Daucus humilis é um endemismo da ilha do Fogo, tendo uma distribuição restrita às zonas vulcânicas montanhosas desta ilha. Daucus humilis ocorre principalmente em áreas húmidas e subhúmidas. Cresce na zona da caldeira do vulcão, em solos de lavas recentes, encostas rochosas e em Monte Velha. A principal distribuição altitudinal é entre 1.200 m e 2.400 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Criticamente em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Ameaçada pelo pastoreio nómada, pela perda e alteração do habitat e é colhida como planta medicinal. Embora a Daucus humilis seja encontrada na área protegida do Parque Natural do Fogo, a sua distribuição limitada às zonas vulcânicas, torna esta espécie muito ameaçada, pois corre o risco de ser muito afetada por futuras erupções vulcânicas.

Uso: utilizada como pasto.

Nome vulgar: Língua-de-vaca

Nome científico: Echium vulcanorum

Ordem: Boraginales

Familia: Boraginaceae

Carateristicas fisiológicas: arbusto que pode atingir mais de 3 m de altura, existindo na zona da Bordeira um exemplar com mais de 4 m, o «mimisó». Ramos revestidos de pequenos tricomas rígidos e esbranquiçados. Inflorescência densa, quase cónica, até 18 cm de comprimento. Flores numerosas dispostas em panícula, brancas ou azuladas.

Distribuição geográfica: a sua principal distribuição altitudinal é entre os 1.600 m e 2.400 m.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como Em Perigo na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016). Atualmente estas ameaças encontram- se controladas dentro da área protegida do Parque Natural do Fogo, onde Echium vulcanorum ocorre. Embora a recente erupção vulcânica de 2014 não tenha tido um impacto direto na extinção das populações de Echium vulcanorum, as cinzas lançadas durante a erupção vulcânica têm de ser avaliadas como uma grave ameaça para a vegetação nativa e em particular aos endemismos restritos à ilha do Fogo.

Uso: a espécie é muito utilizada como lenha e destruída pelos rebanhos de caprinos.

Nome vulgar: Losna

Nome científico: Artemisia gorgonum Webb

Ordem: Asterales

Família: Asteraceae

Caraterísticas fisiológicas: arbusto aromático, ereto e denso, revestido por uma penugem branca, até 2 m de altura. Flores minúsculas amarelas, tubulares, agrupadas em pequenas rosetas florais, pendentes, de cerca de 0,5 mm de largura.

Distribuição geográfica: Artemisia gorgoneum está presente em Santo Antão, Santiago e Fogo. Esta espécie é frequente em zonas de altitude. Na ilha do Fogo encontra-se em solos vulcânicos, sendo um componente característico da vegetação arbustiva da Bordeira e de Chã das Caldeiras. Contudo a maioria das populações está incluída nas áreas protegidas de Santo Antão, como por exemplo no Parque Natural de Moroços, Parque Natural Cova, Paúl e Ribeira da Torre e na ilha do Fogo no Parque Natural do Fogo.

Estado de conservação: esta espécie foi recentemente avaliada como vulnerável na Lista Vermelha de Cabo Verde (Romeiras et al. 2016).

Uso: esta espécie é colhida para usos medicinais, utilizada como lenha e como pasto.

A IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS ENDÉMICAS

TURISMO

Pontencializam um turismo de natureza rentável para a ilha do Fogo.

ECOSISTEMA

Mantêm a estrutura do ecossistema.

AMBIENTE

Contribuem para o equilíbrio do sistema ecológico.

SAÚDE

Utilizadas na medicina tradicional.

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