Tartarugas Marinhas
Tartarugas Marinhas
As tartarugas marinhas são animais aquáticos e marinhos, onde a maioria das espécies são migratórias, retornando às praias onde nasceram na fase adulta para reprodução. A sobrevivência dessas espécies continua em risco devido a muitos anos de caça intensiva, entre outros factores. De entre as sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, 6 estão listadas como ameaçadas e 1 com deficiência de dados, segundo a Lista Vermelha da IUCN. Nas águas de Cabo Verde podemos encontrar 5 das 7 espécies existentes. No entanto, somente uma espécie é que desova nas praias do país, a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta).
Tartaruga cabeçuda – Caretta caretta
É a espécie mais frequente nas águas e nas praias de Cabo Verde e é a única que nidifica no país. Distribuí-se por todos os oceanos, desde as águas temperadas até as subtropicais. As praias de areia das ilhas cabo-verdianas, são o segundo local no Atlântico Norte para as posturas da tartaruga cabeçuda e um dos mais importantes a nível mundial. Por isso, Cabo Verde tem uma tarefa muito especial para cumprir e assegurar a sobrevivência desta espécie nas suas águas costeiras e praias de areia. Mesmo espalhada por uma área tão vasta, ela não está a salvo dadas ameaças que sofre, classificada como Vulnerável, segundo a Lista Vermelha da IUCN.
Se difere das outras devido a morfologia da sua cabeça, que é desproporcionalmente grande em relação ao seu comprimento total. Sua carapaça possui cinco placas laterais, sua coloração é marrom amarelada e seu ventre amarelo claro. Alimenta de crustáceos, principalmente de camarões, caranguejos, além de moluscos e águas vivas. Pode medir até 120 cm de comprimento e seu peso pode variar de 100 a 180 kg.
Outras espécies:
Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea)
A tartaruga de couro é a maior das tartarugas marinhas existentes. Pode atingir mais de 2 metros de comprimento, seu peso médio é de 400 kg, mas registos apontam que pode chegar a pesar 700 kg. É uma das menos conhecidas, porque os seus hábitos de vida são particularmente oceânicos. Pode ser encontrada nas águas de Cabo Verde, e ocasionalmente, é possível vê-la nas águas costeiras cabo-verdianas. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, encontra-se em Risco Crítico de Extinção.
Sua carapaça também conhecida como casco, possui a coloração preta ou cinza com pequenas manchas brancas. A textura e aparência assemelha-se com couro, daí o nome da espécie. A alimentação desta espécie é composta basicamente por zooplâncton.
Tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata)
Esta espécie é conhecida também como tartaruga de casco levantado, é possível ser encontrada nas águas costeiras cabo-verdianas, em mares tropicais e subtropicais. Um juvenil migra para as águas cabo-verdianas, quando se aproxima da idade subadulta. Espécie Criticamente Ameaçada de Extinção pela IUCN, devido a caça indiscriminada.
A carapaça é composta por quatro pares de placas córneas imbricadas (sobrepostas) e a coloração é marrom, com manchas amarelas e o seu ventre possui a coloração amarelo claro. O seu casco pode chegar a 100 cm de comprimento em média e pode pesar em torno de 80 kg. Essa espécie de tartaruga marinha alimenta-se de vários tipos de animais, entre eles, as esponjas, cnidários, moluscos e crustáceos, que são retirados das fendas dos recifes de corais.
Tartaruga verde (Chelonia mydas)
É uma espécie que já foi comum em Cabo Verde, mas a captura de fêmeas nas praias foi muito intensa durante anos e anos, e hoje já está quase extinta a comunidade adulta. Felizmente é ainda comum ver juvenil, que se alimenta nas proximidades das ilhas cabo-verdianas, mas que quando atinge a idade reprodutora migra para outros locais de posturas.
Ocorre nos mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor das ilhas, sendo frequente a ocorrência de juvenil em águas temperadas. Segunda classificação da IUCN, esta espécie está Em Perigo. Pode medir até 143 cm de comprimento e pesar 230 kg. A sua carapaça possui quatro pares de placas laterais de queratina, de coloração verde ou verde acinzentada, marrom com manchas negras e amarelas quando juvenil. A sua alimentação varia consideravelmente durante o ciclo de vida, enquanto filhote é uma espécie onívora com tendências carnívoras, tornando-se preferencialmente herbívora quando atingem 25 – 35 cm de casco.
Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea)
É a última das 5 espécies de tartarugas marinhas que pode ser observada em Cabo Verde. Muito esporadicamente, poderá fazer posturas em algumas praias e poderá também ser vista nas suas águas a alimentar-se. Mas como as tartarugas de couro e de pente, já não é considerada uma espécie comum nesta região. Classificada pela IUCN como Vulnerável.
A tartaruga oliva é a menor de todas as espécies de tartarugas marinhas, com peso entre 35 – 50 kg, sendo uma espécie altamente migratória. Sua carapaça possui de seis a doze pares de placas laterais justapostas, sua coloração pode variar de cinza claro a verde escuro, com o seu ventre amarelo claro e o seu casco pode chegar a 68 cm de comprimento. Sua distribuição é ampla, podendo ser encontrada em bacias oceânicas tropicais e subtropicais, sendo provavelmente a espécie em mais abundância. É carnívora e se alimenta principalmente de peixes, moluscos, crustáceos, ovos de peixe, águas vivas e às vezes de algas.
Ciclo de vida
As tartarugas marinhas apresentam um ciclo de vida complexo, utilizando diferentes ambientes ao longo da vida, o que implica mudança de hábitos. Embora sejam marinhas, utilizam o ambiente terrestre (praia) para desova, garantindo o local adequado à incubação dos ovos e o nascimento dos filhotes. A desova acontece à noite, quando as praias estão pouco iluminadas e vazias, dando mais segurança para as fêmeas em relação ao ataque de possíveis predadores.
Durante 45 a 60 dias os ovos ficam enterrados até as tartaruguinhas estiverem prontas para sairem. Ao nascerem, as tartaruguinhas rumam imediatamente para o alto-mar, onde atingem zonas de convergência de correntes que formam grandes aglomerados de algas e matéria orgânica flutuante. Nestas áreas, que formam um verdadeiro ecossistema, os filhotes encontram alimento e proteção, e assim permanecem, por vários anos, migrando passivamente pelo oceano.
Embora espécies como a tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea) atinjam a maturidade entre 11 e 16 anos, as demais só se tornam adultas entre os 20 e 30 anos. A partir daí, passam a viver em áreas de alimentação, de onde saem apenas na época da reprodução, quando migram para as praias onde nasceram. A época de desova é regida principalmente pela temperatura, ocorrendo nos períodos mais quentes do ano (junho a outubro).
A IMPORTÂNCIA DAS TARTARUGAS MARINHAS
TURISMO
Potencializam um turismo de natureza rentável para o arquipélago de Cabo Verde.
ECOSSISTEMA
As tartarugas marinhas ajudam a manter a saúde dos oceanos.
AMBIENTE
São consideradas verdadeiras engenheiras do mar.